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Logoterapia não é religião

Atualizado: 23 de nov. de 2023


Algumas pessoas confundem Logoterapia e religião por várias razões, mesmo que essas duas áreas tenham diferenças fundamentais. Segundo Acevedo e Girons (2018), esta abordagem psicológica não é exclusiva de uma religião e nem sequer "da" religião. Ao apresentar uma antropologia que coincide plenamente com os postulados da religião judaico-cristã, é que impactou positivamente neste âmbito, afirmam os autores. Para Viktor Frankl, pai da Logoterapia, a Psicologia ou a medicina devem ocupar-se de "todo o ser humano e de todos os seres humanos", ou seja, todos nós, crentes ou não crentes, nomos seres espirituais, já que é a essência do humano.

Para Frankl, a ideia de "seres espirituais" refere-se à dimensão mais profunda e singular do ser humano. Ele afirma que todas as pessoas buscam por sentido e propósito em suas vidas, independentemente de crenças religiosas específicas. O termo "espiritual" em Logoterapia não está necessariamente associado a uma religião formal, mas sim à busca por significado e valores. Argumenta ainda que o ser humano é único por ter a capacidade de transcender as circunstâncias, encontrar significado mesmo em situações de sofrimento, e tomar decisões conscientes que refletem seus valores mais profundos. Essa dimensão espiritual é a que dá significado à vida de uma pessoa e influencia suas ações.

Assim, seres espirituais são aqueles que reconhecem e buscam essa dimensão mais profunda de significado e propósito em suas vidas, independentemente de qualquer afiliação religiosa específica. Essa perspectiva destaca a importância de entender a singularidade de cada pessoa e a busca inerente por sentido em suas vidas.

Para ampliar a compreensão, aqui estão alguns motivos pelos quais a confusão "Logoterapia x Religião" pode surgir:


Compreensão Superficial: Em alguns casos, a confusão pode resultar de uma compreensão superficial da Logoterapia ou da religião. Pessoas que não estão familiarizadas com os detalhes de ambas as áreas podem simplificar erroneamente suas semelhanças e diferenças.


Ênfase na Busca por Sentido: Tanto a Logoterapia quanto muitas religiões destacam a importância da busca por sentido na vida. Isso pode levar à confusão, especialmente porque a busca por significado é frequentemente associada a dimensões espirituais e religiosas.


Exploração de Questões Existenciais: Tanto a Logoterapia quanto muitas religiões exploram questões existenciais, como o propósito da vida, a natureza do sofrimento e a busca por uma conexão mais profunda. Essa sobreposição de temas pode contribuir para a confusão.


Uso de Terminologia Religiosa: Viktor Frankl, o fundador da Logoterapia, ocasionalmente usou terminologia que pode soar espiritual ou religiosa. Termos como "transcendência" e "espiritualidade" são empregados na Logoterapia, mas com significados que podem diferir dos usos religiosos.


Origens Pessoais do Fundador: Viktor Frankl, o criador da Logoterapia, era judeu e teve experiências profundas, incluindo o sofrimento em campos de concentração durante o Holocausto. Suas experiências pessoais podem levar algumas pessoas a associar a Logoterapia mais estreitamente a contextos religiosos.


Associações Culturais: Em determinadas culturas, o conceito de buscar sentido pode ser automaticamente associado a estruturas religiosas. Isso pode influenciar a percepção da Logoterapia, mesmo quando ela é apresentada de maneira independente de contextos religiosos.


Contexto de Aplicação: Às vezes, a Logoterapia é aplicada em contextos religiosos ou espirituais, o que pode contribuir para a confusão. No entanto, é importante distinguir entre a aplicação da Logoterapia em um contexto específico e a abordagem psicoterapêutica em si.


É essencial esclarecer que, embora a Logoterapia possa explorar questões relacionadas à espiritualidade e à busca por sentido, ela é uma abordagem psicoterapêutica que se concentra na dimensão existencial e na autonomia individual, diferindo de sistemas de crenças religiosas específicas. Quer ler sobre Logoterapia? Deixo aqui sugestões de leituras:

  • Acevedo, G. e Girons, C. S. O modo humano de adoecer. In: Kroeff, P. e Lehmann, O. Finitude e sentido da vida: A logoterapia no embate com a tríade trágica, Editora Evangraf Ltda, vol. 2, 2018.

  • Aquino, T.A.A. (2013). Logoterapia e Análise Existencial: uma introdução ao pensamento de Viktor Frankl. São Paulo: Paulus.

  • Frankl, V. E. (1978). Fundamentos Antropológicos da Psicoterapia. [trad. Renato Bittencourt]. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

  • Frankl, V. E. (2011). A Vontade de Sentido – Fundamentos e Aplicações da Logoterapia. [trad.de Ivo Studart Pereira]. São Paulo: Paulus Editora.

  • Frankl, V. E. (2015). O Sofrimento de uma Vida sem Sentido – Caminhos para encontrar a razão de viver. [trad. de Karleno Bocarro]. São Paulo: É Realizações.

  • Outras referências

Sobre 🌻 Viver

PSICOLOGIA CLÍNICA


Daniela Coelho Andrade

Psicóloga - CRP 11/08656

Esp. Logoterapia e Análise Existencial

Psicoterapia

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