Os Riscos da Escolha
- Psicóloga Daniela Coelho Andrade - CRP 11/08656
- 5 de jun. de 2022
- 2 min de leitura

“Escolher é, sem dúvida, limitar-se, deixar de ter e de poder ser uma infinidade de outras coisas. Mas, não escolher seria diluir-se, desmanchar-se, perder-se na indefinição que desgasta a própria essência que faz do homem um homem. A liberdade significa poder escolher o tipo e a forma de limitação que nos convém e aceitá-la ativamente e criativamente.” (DANIEL LIMA. Meditação à beira do rio. Artigo publicado na Gazeta de Nazaré. In: Ideário Humanístico, p. 197).
Já se disse que nós somos as nossas escolhas. São elas que moldam nosso existir. A existência não nos tendo sido dada feita, cabe-nos a responsabilidade de construí-la e, para essa tarefa, a capacidade de escolha é fundamental.
O que torna trágica a responsabilidade da escolha é porque nada existe que nos dê a garantia de que as escolhas que fizemos, fazemos e faremos, foram, são e serão as mais acertadas. Mesmo quando ponderamos seriamente os motivos que estão na base da escolha, nunca podemos estar certos de que razões inconscientes não estejam influenciando nossa deliberação. Assim sendo, muitas vezes, aquilo que acreditamos ser uma escolha inteiramente nossa, pode estar sendo motivado pelo desejo de um outro, que manipula nosso desejo. Naturalmente, esta influência não é sempre a mesma. É quase impossível imaginar uma pessoa inteiramente imune das influências dos outros. Mas, isto não pode ser comparado às influências patológicas que privam determinadas pessoas da possibilidade de ter seus próprios desejos. Como quer que seja, daí se segue que nem sempre nossas escolhas exprimem verdadeiramente aquilo que desejamos. O resultado é uma certa angústia de desamparo que domina aqueles que só tardiamente descobrem que escolheram a estrada errada e que, pelo caminho que percorrem, não vão chegar ao lugar que queriam. Nessa altura da caminhada, nem todos têm coragem de repensar suas escolhas e refazer seus caminhos! Além do mais, mesmo quando acertadas, nossas escolhas nos limitam. Nossa capacidade de escolha é tão limitada como ilimitadas são as possibilidades existenciais que dormem dentro de nós. Essas possibilidades ilimitadas, no entanto, esbarram no limitado da escolha. E isto faz a grandeza e a miséria de nossa liberdade. Grandeza, porque ela nos torna capazes de escolher nossos caminhos; miséria, porque a liberdade no momento em que torna possível esse ato de escolha, ao mesmo tempo obriga-nos à renúncia de infindas outras possibilidades, que deixamos de lado ao fazermos nossas escolhas. Mas, esta limitação só nos empobrece de fato, quando não a assumimos de um modo criativo. Por mais limitado que seja o pedacinho de terra que nos é dado cultivar, ele poderá transformar nossa vida, se nele plantarmos um grande sonho, ou se nele cultivarmos uma linda rosa. Tem razão o poeta quando diz: não escolher seria diluir-se, desmanchar-se e perder-se na indefinição. Não é o limite que nos empobrece e esvazia, mas a indefinição. Com definição, podemos refazer escolhas erradas, recolher passos perdidos e recomeçar novas estradas. Na indefinição, só resta a dolorosa decepção dos sonhos abortados!
(Desconheço a autoria. Por gentileza, me informe caso conheça!)
Sobre 🌻 Viver
PSICOLOGIA CLÍNICA
Daniela Coelho Andrade
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Esp. Logoterapia e Análise Existencial
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