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Prevenção do Suicídio: Até onde é válido oferecer ajuda no Inbox?

Atualizado: 16 de nov. de 2020


Após alguns anos da campanha Setembro Amarelo, pessoas passaram a se oferecer para ouvir e dar conselhos no inbox de suas redes sociais. Sem dúvida essa é uma atitude altruísta e louvável, mas será que é válida para ajudar uma pessoa que possa estar com ideação suicida?

“Ao disponibilizar meu inbox para ouvir e dar conselhos, estou preparada(o) para lidar com o que vou ouvir? O que vou falar para a pessoa é algo adequado que possa a auxiliar a não pensar em tirar a sua vida?”.


Qual seria a postura cuidadosa e responsável diante dessa situação?


O suicídio é um tema muito sério e muito delicado que não pode ser solucionado com base na crença de que, sem ser alguém capacitado, simplesmente ouvindo e aconselhando uma pessoa você vai ajudá-la. Para exemplificar, o CVV – Centro de Valorização da Vida oferece escuta, mas através de uma equipe que passa por uma seleção e longo treinamento para oferta de escuta qualificada! Portanto, nem todas as pessoas possuem habilidade para dar suporte emocional, avaliar necessidades de encaminhamentos, etc.


“Sendo assim, não posso me oferecer para ajudar!?”: Pode e deve ajudar, sim, as pessoas que estão próximas, mas no sentido de ajudá-las a buscar apoio de um profissional especializado em saúde mental, pois suicídio é uma questão séria e precisa ser tratada com máxima responsabilidade.


“Então, o que posso fazer se alguém me pedir ajuda ou se eu perceber algo estranho em alguém?”: Nessas situações, OUVIR É BEM MAIS IMPORTANTE DO QUE FALAR! Pessoas que não possuem capacitação na área de saúde mental podem assumir essas três atitudes:



1. OBSERVE OS RISCOS!: Observe mudanças comportamentais, por exemplo; se a pessoa está mais calada, cabisbaixa, irritada, se isolando, negligenciando o autocuidado em vários aspectos, se passou a consumir mais álcool, mudou o modo de se expressar em suas postagens e em suas falas, etc.



2. OUÇA!: Pergunte o que dói nela e OUÇA com atenção tudo o que ela PRECISA expressar. OUÇA sem moralismo, sem julgamentos, sem correr para abrir a bíblia crendo que somente ela será solução, OUÇA sem se dar como exemplo impondo o seu modo de compreender e enfrentar a vida! MAS ATENÇÃO: Se ao perceber riscos, você avaliar que não suporta ouvir o que a pessoa possa dizer, para essa escuta, busque uma pessoa que lide melhor com essas situações!



3. CONDUZA A PESSOA PARA ASSISTÊNCIA PROFISSIONAL!: Uma pessoa que está atravessando uma crise que a faz pensar em tirar sua vida não possui disposição para buscar cuidados sozinha, por isso é fundamental disponibilizar-se para acompanhá-la (ir com ela!) na busca de apoio de um profissional de saúde mental.


É positivo ver pessoas abertas a ouvir e falar sobre o tema suicídio, pois este é o caminho para se quebrar tabus, preconceitos e estigmas, como também gerar a conscientização de que a saúde mental merece total atenção de setembro a setembro, mas devemos respeitar limites para que na melhor das intenções não geremos efeitos que não contribua com a prevenção do suicídio.


Daniela Coelho Andrade

Psicóloga - CRP 11/08656

Abordagem Logoterapia Psicoterapia On-line e Presencial

Contatos: (88) 99752.0900 - danielacoelhopsi@outlook.com

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Em caso de urgência ligue para: CVV no número 188, Polícia no 190 ou SAMU no número 192.

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